quarta-feira, 15 de setembro de 2010

domingo, 25 de julho de 2010

João Pingo D’água

João era seu nome um verdadeiro frequentador assíduo das esquinas da vida, era difícil encontrar esse homem lúcido, devido as suas intensas bebedeiras ao seu nome foi incorporado Pingo D´agua, pois, bebia até o último pingo.

Sempre que ia embora, após suas bebedeiras seus amigos diziam:

- Vai com Deus, João Pingo D´agua, pois com essa bebedeira só Deus e todos os santos para ti acompanharem até em casa.

João nada respondia só resmungava e colocava a mão no peito, ninguém sabia por que ele sempre fazia aquele mesmo gesto, mas era sagrado sempre ao sair do bar ele repetir aquele mesmo ato.

Numa noite chovia muito o bar estava cheio e lá estava o nosso João Pingo D´agua bebendo todas, e seus amigos já estavam preocupados, naquele dia ele estava exagerando na dose.

Mas ninguém ousava chamar a sua atenção, o homem era muito raivoso ainda mais quando bêbado. Quando não agüentava mais de tanto beber João resolveu ir embora, seus amigos o ajudaram a sair do bar e novamente repetiram a nobre frase e ele repetiu o nobre gesto.

A chuva tinha parado de cair, mais havia um forte nevoeiro e não se via nada a frente o nobre João caminhava pela rua cambaleando demasiadamente, quando foi atravessar uma rua num gesto inconsciente o nada religioso colocou a mão no peito.

De repente do nada surgiu um carro em alta velocidade na sua direção e ele num sobressalto é empurrado por alguém e o carro tentando desviar, bateu num outro estacionado e em seguida se chocou a um poste.

O alvoroço tomou conta do lugar, as pessoas todos saíram à rua e os freqüentadores do bar encontraram o João caído junto a calçada, ainda meio atordoado pelo susto.

- O que lhe aconteceu homem de Deus!

Perguntou um dos amigos de João.

João Pingo D`agua lhe responde com um ar de graciosidade:

- Amigos de tanto você pediram a Deus para me acompanhar nas minhas caminhadas, hoje o nosso senhor me acompanhou mais quem me deu um empurrão para eu cair nesse lado sem o carro me pegar, tenho certeza que não foi ele.

Naquele momento todos ficaram admirados com o que tinha acontecido, mas não tinham entendido quem tinha empurrado o João no meio da rua e sumido. Quando João repentinamente se lembra do seu protetor, seu santinho que carregava no colar do peito, aquele homenzinho em cima do cavalo enfrentando um dragão, colarzinho dado pela sua finada vó. E passou a gritar para os seus amigos:

- E esse santinho que me empurrou e graças a ele eu João ainda estou vivo.

Todos passaram a rir de João Pingo D`água, pela suposta ajuda divina.

Ignorando a todos João se levantou e se agarrou ainda mais a seu santinho e saiu sem olhar para trás.

Depois daquele dia um bar perde um dos mais assíduos frequentadores e São Jorge mais um fiel adepto.

Eduardo de Òsàlà.

sábado, 24 de julho de 2010

Os Ritos de Bori

Respectivamente uma “Obrigação” é um vínculo de energia a um terreiro que cultue santos de origem de religiões de matriz africana, é um cordão umbilical espiritual, pois o axé permanece independente da pessoa afastada ou não.

Nas religiões de matriz africana, há sempre uma explicação teológica, um fundamento para os ritos a serem difundidos, mesmo sendo o ato ritualístico mais irrisório. A herança filosófica deixada pelos antigos ancestrais africanos pouco é usada nos terreiros, mais aqueles que a usam tem em mãos uma infinidade enorme de axé proporcionado principalmente pela individualidade de cada ser. Sendo que os termos, os provérbios, os itans todo esse conjunto de cultura ontológica africana realçam situações que simbolizam nosso cotidiano, e muitos servem como respostas para a vida intensa em que vivemos.

Hoje há milhares de adeptos e simpatizantes que procuram um terreiro para um conforto espiritual, um local de repouso da aura, algo em se aportar e obter respostas do desconhecido. A primeira ação para aqueles que querem se veicular a uma casa de Orixá em questão de axé, com maior comprometimento após a lavação de “Ori” é o rito de “Bori”.

Bori – ato de dar comida ao “Ori.

“ Ori “é a denominação dada a “cabeça” física. Na maioria das esculturas africanas, tradicionais a cabeça é a parte mais proeminente porque, na vida real, é a parte mais vital do corpo humano, ela contém o cérebro, a morada da sabedoria e da razão. Os olhos, a luz que ilumina os passos do homem pelos labirintos da vida. Os ouvidos com os quais, o homem escuta e reage aos sons. A boca com o qual ele come e mantém o corpo e a alma juntos.

“ Ori “ é todo o axé que uma pessoa tem , e sua sede é na cabeça, é ela que realmente vem em primeiro em lugar ao mundo e abre caminho para trazer o resto do corpo, além também de ser a consciência dos principais sentidos físicos.

Particularmente os Iorubas tem como crença que ao nascer, cada ser humano escolhe sua cabeça, seu “Ori”, ao modo que seu destino, assim como sua sorte e inúmeras de suas caracteristícas pessoais dependem da individualidade de cada um.

As tradições revelam que, após a modelagem de cada futura pessoa por Orixalá, é convocado “Ajalá” um antigo orixá que tem como tarefa fornecer o “Ori,” cada ancestral cede as substâncias necessárias para aperfeiçoar a forma das cabeças. Essas substâncias são denominadas “Oke iponri”, que passam a acompanhar a pessoa todo o tempo de sua existência e merecedoras de respeito e culto. Mas “Ajalá”, mesmo sendo um orixá, tem suas deficiências é esquecido e descuidado, e nem sempre as cabeças que ele faz, saem boas. O resultado é que a maioria das pessoas que escolhem por si mesma as cabeças sem recorrerem a “ Ajalá”, acabam escolhendo cabeças ruins e imprestáveis.

A interpretação para este fato “itan” refere-se ao produto final que é o homem, que terá uma tarefa árdua e bem complicada para enfrentar quando chegar a terra. Em razão disto “Olodumaré”, ordena sempre a “Orunmilá” para ensinar aos seres humanos a estabelecer o ponto de equilíbrio necessário em suas cabeças.

Assim nascerem os ritos de “bori”, sempre determinados por “Orunmilá”, através dos sistemas divinatórios, sendo que um homem com uma cabeça bem feita será bem sucedido em todas as diligências da vida.

No processo divinatório (jogo de búzios) é determinado o Orixá dono de seu “Ori” e os ritos iniciáticos a serem precedidos para elaboração do fundamento denominado “Bori”.

O “Ori” é o elemento mais importante de cada personalidade individual, tal conceito é básico para o entendimento da filosofia de vida, pois ajuda a explicar acontecimentos que de outra maneira se mostram incompreensíveis como a morte súbita, o sofrimento e a boa sorte do homem, retirando em grande parte dos seres humanos a responsabilidade pelo seu fracasso ou sucesso, libertando-os de qualquer sentimento de culpa e desânimo.

Torna-se importante para essas pessoas consultarem os sistemas divinatórios de tempos em tempos a fim de acompanhar o verdadeiro caminho de seu destino.

Eduardo de Òsàlá

terça-feira, 20 de julho de 2010

Ao senhor tão nobre, entidade magnânima.

A nós concedeu a criação

Há tudo está presente

E numa tela se emoldurou e nela se pintou

Em todas as cores se refletiu e numa pequena porção se formou.

Um tom amarelo emergiu e uma entidade de nome Oxum surgiu

Ao mundo uma gestação foi apresentada

E com ela as fortunas, os perfumes.

A qual Oxum se presenteou e com algo mais se encantou

Ofuscamento essa divindade só reluz como brilha

Seus adornos são partes de si, energia que traz alegria

Oxum seja minha mãe e minha guia.

sábado, 26 de junho de 2010

Segundo os mitos das divindades originárias das tradições religiosas de Nações Africanas houve um tempo em que tudo era provido de ações determinadas por oráculos e a seriedade da oralidade. Ações que abordavam a vida de um "iniciado" a qual determinavam regras que deviam se seguir, tanto no ambiente social como no religioso. O respirar era a sua religião.
Ações que foram carregadas através dos tempos nas religiões de matriz africana, sofrendo fortes modificações, sendo que suas bases foram preservadas e ressignificadas nos países da diáspora africana.

quinta-feira, 24 de junho de 2010


“Ousei em denominar o meu blog no codinome” Casa do seu Tiriri”, pois essa entidade de cunho de significados bastante abrangentes, quando entrou em minha vida com toda sua plenitude o universo determinado em meus caminhos se concebeu.
Laroiê Exu Tiriri

Quem sou eu

Minha foto
Eduardo, cidadão brasileiro, religioso, pai de família. Na condição de religioso tenho certas atribuições: Babalorixá cargo de sacerdote de um templo de cultura e religião de matriz africana, sendo filho espiritual de Oxalá. Tenho como modo de vida social a de um trabalhador, sendo um funcionário público. A religião faz parte da minha vida, sendo o suporte pra todas as dificuldades e alegrias que estão predestinadas ao meu destino. O meu Ilê se situa na região metropolitana de Porto Alegre na cidade de Viamão e o meu telefone de contato:(51)93275957