domingo, 25 de julho de 2010

João Pingo D’água

João era seu nome um verdadeiro frequentador assíduo das esquinas da vida, era difícil encontrar esse homem lúcido, devido as suas intensas bebedeiras ao seu nome foi incorporado Pingo D´agua, pois, bebia até o último pingo.

Sempre que ia embora, após suas bebedeiras seus amigos diziam:

- Vai com Deus, João Pingo D´agua, pois com essa bebedeira só Deus e todos os santos para ti acompanharem até em casa.

João nada respondia só resmungava e colocava a mão no peito, ninguém sabia por que ele sempre fazia aquele mesmo gesto, mas era sagrado sempre ao sair do bar ele repetir aquele mesmo ato.

Numa noite chovia muito o bar estava cheio e lá estava o nosso João Pingo D´agua bebendo todas, e seus amigos já estavam preocupados, naquele dia ele estava exagerando na dose.

Mas ninguém ousava chamar a sua atenção, o homem era muito raivoso ainda mais quando bêbado. Quando não agüentava mais de tanto beber João resolveu ir embora, seus amigos o ajudaram a sair do bar e novamente repetiram a nobre frase e ele repetiu o nobre gesto.

A chuva tinha parado de cair, mais havia um forte nevoeiro e não se via nada a frente o nobre João caminhava pela rua cambaleando demasiadamente, quando foi atravessar uma rua num gesto inconsciente o nada religioso colocou a mão no peito.

De repente do nada surgiu um carro em alta velocidade na sua direção e ele num sobressalto é empurrado por alguém e o carro tentando desviar, bateu num outro estacionado e em seguida se chocou a um poste.

O alvoroço tomou conta do lugar, as pessoas todos saíram à rua e os freqüentadores do bar encontraram o João caído junto a calçada, ainda meio atordoado pelo susto.

- O que lhe aconteceu homem de Deus!

Perguntou um dos amigos de João.

João Pingo D`agua lhe responde com um ar de graciosidade:

- Amigos de tanto você pediram a Deus para me acompanhar nas minhas caminhadas, hoje o nosso senhor me acompanhou mais quem me deu um empurrão para eu cair nesse lado sem o carro me pegar, tenho certeza que não foi ele.

Naquele momento todos ficaram admirados com o que tinha acontecido, mas não tinham entendido quem tinha empurrado o João no meio da rua e sumido. Quando João repentinamente se lembra do seu protetor, seu santinho que carregava no colar do peito, aquele homenzinho em cima do cavalo enfrentando um dragão, colarzinho dado pela sua finada vó. E passou a gritar para os seus amigos:

- E esse santinho que me empurrou e graças a ele eu João ainda estou vivo.

Todos passaram a rir de João Pingo D`água, pela suposta ajuda divina.

Ignorando a todos João se levantou e se agarrou ainda mais a seu santinho e saiu sem olhar para trás.

Depois daquele dia um bar perde um dos mais assíduos frequentadores e São Jorge mais um fiel adepto.

Eduardo de Òsàlà.

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Eduardo, cidadão brasileiro, religioso, pai de família. Na condição de religioso tenho certas atribuições: Babalorixá cargo de sacerdote de um templo de cultura e religião de matriz africana, sendo filho espiritual de Oxalá. Tenho como modo de vida social a de um trabalhador, sendo um funcionário público. A religião faz parte da minha vida, sendo o suporte pra todas as dificuldades e alegrias que estão predestinadas ao meu destino. O meu Ilê se situa na região metropolitana de Porto Alegre na cidade de Viamão e o meu telefone de contato:(51)93275957